sábado, 19 de abril de 2008

palestra e dúvida

Várias linhas deveriam ser gastas sobre as palavras da pedagoga, alguém que nitidamente crê na educação como um direito e ato de amor [o que era de se esperar de uma boa Freireana - como suspeito que ela seja]. Haveria ainda o que se dizer sobre as analogias entre planejamento de uma escola e o planejamento de uma rádio, sobre a necessidade de criar um ouvinte ativo, sobre as experiências de dois presentes que já participaram de rádios comunitárias e trouxeram a realidade de uma população marginalizada (bolivianos, colombianos e outros latinos que aqui vivem).

Enfim, a palestra seria suficiente para levantar muitos tópicos e discussões, mas é uma dúvida bem simples e sincera que me incomoda no momento: o que estamos fazendo? Falamos em unir teoria e prática, fazer um estudo de comunicação que fosse usado para ajudar essas rádios e coisas do gênero, mas sinto - e, por favor, me esclareçam se a percepção for apenas minha - que estamos patinando aqui. Existem vários estudos, temos uma associação que volta parte de suas forças para isso - a oboré -, que já conta com comunicólogos, pesquisas e vivência, sem um completo descolamento acadêmico [sobre isso vale dizer que estou lendo o livro da chefe da Aninha, que ganhei ontem, por isso dessa última afirmação], e sinto que, no meio de tudo isso, ainda não descobrimos em que podemos, de fato, contribuir.

Esse post não é uma fala desanimada, apenas quero saber o que vocês estão pensando sobre isso.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

PE - Operação "Segurança no Ar"

Recebi em 4 de abril, um e-mail da Amarc (Associação Mundial de Rádios Comunitárias) falando sobre uma ação da Polícia Federal cumprindo mandato judicial a pedido da Anatel no dia 17 de março denominada "Segurança no Ar", a partir de uma denúncia do Aeroporto Internacional dos Guararapes em Pernambuco, sobre interferências nos controles de vôos. Foram abordadas 56 rádios: 24 já estavam fechadas, 2 tinham uma liminar provisória e 30 foram fechadas e seus equipamentos levados. Segundo o e-mail, apenas 6 estavam próximas ao aeroporto.

À convite da Federação das Rádios Comunitárias de Pernambuco essa situação foi discutida com as rádios comunitárias. Disso ficou definido que farão uma grande

caminhada no Recife, dia 25 de abril de 2008, às 14h. Também farão uma Audiência Pública com Deputados e Deputadas Estaduais para a formação de uma Frente Parlamentar em Defesa das Rádios Comunitárias e a entrega de um DOSSIÊ da situação das rádios comunitárias ao Presidente LULA.

Isso é importante considerando que ultimamente muitas rádios têm divulgado peças contra as rádios piratas. Não só rádios, mas também os jornais tocaram no assunto, sempre utilizando a questão do controle de vôo dos aeroportos. Realmente, o combate as piratas é necessário, mas dentro dessa definição sempre são envolvidas as rádios comunitárias, que na maioria das vezes não interfere nos sinais dos aeroportos.

Citando o e-mail: “Foi feita uma pesquisa pelo professor da Universidade de Brasília, Venício Lima, intitulada Coronelismo Eletrônico de Novo Tipo, no qual se confirma que, a grande maioria das Rádios Comunitárias, que são legalizadas nesse país , com raríssimas exceções, são de políticos, ou de seus familiares, ou são de ‘laranjas’, pessoas que dão o seu nome, mas estão à serviço do político”.

Não só isso, mas muitas rádios também não se comportam como comunitárias, a maioria das vezes por não saber como. É inclusive neste sentido que a jornalista Ana Luiza Z. Gomes e a professora Dr. Alsonia Donato realizarão o debate na Oficina da Palavra Casa Mário de Andrade no próximo dia 18, sexta-feira, às 19 horas. Elas propõem uma discussão em torno do papel da rádio comunitária para a sua comunidade.

domingo, 6 de abril de 2008

Interrogações FM

O rádio seria o mais fabuloso meio de comunicação imaginável na vida pública, um fantástico sistema de canalização”.

Essa frase de Brecht, no texto escrito em 1932, parece prever o advento do rádio como o principal meio de comunicação no mundo, prevalecendo como tal até o surgimento e a consolidação da TV – que hoje, rapidamente, dá espaço à internet e às novas (e nem sempre tão novas) mídias.

Mais do que um olhar futurista sobre o tema, o autor na verdade tece uma crítica à forma como tal meio vinha, na época, sendo utilizado. Tanto que, em seguida, completa: “Isto é, seria se não somente fosse capaz de emitir, como também de receber”.

E é nesse ponto, em específico, que eu queria entrar.

No contexto de uma comunicação que não é mais apenas unilateral (e está aí a internet pra provar essa transformação, além da própria TV Digital, que tanto se falou recentemente) a nossa realidade hoje condiz, em parte, com os anseios do autor, guardadas as ressalvas de que em 1932 ninguém poderia imaginar a transformação pela qual o “nosso” sistema de comunicações ia passar.

Brecht ansiava por uma via dupla de comunicação, empregada no principal meio enxergado por ele, para transformar a vida das pessoas e oferecer uma utilidade pública, prática e menos decorativa para o rádio (e aqui se pode estender para todos os meios de comunicação).
Apesar do rádio não oferecer, ele mesmo, essa possibilidade de interação como se vê na internet ou se espera da TV Digital, vale lembrar que integrando-o ao telefone ou à própria internet já se torna possível estabelecer essa conexão. Em muitos programas, por exemplo, o ouvinte “ganha voz” ligando e sendo posto diretamente no ar, ou durante a leitura de e-mails enviados.

Dentro dessa perspectiva, pode-se afirmar que o rádio realiza os propósitos sugeridos pelo autor?

Acredito que não. Basta lembrar que o controle das maiores rádios do país está nas mãos de um pequeno grupo, que possui interesses bem específicos. Acredito, inclusive, que não esteja incluída nesses interesses a idéia de democratização do meio. O ouvinte posto no ar, na verdade, não emite além de um fragmento de opinião, filtrado e contextualizado dentro de uma discussão previamente tematizada por quem detém o controle do meio. É, portanto, uma opinião que pode ser legítima, mas que de maneira nenhuma caracteriza tal ouvinte como um ator da comunicação. Ele é, no máximo, um coadjuvante do processo.

A partir daqui, é possível traçar um paralelo com o objeto do nosso estudo: as rádios comunitárias. Em que medida o fato delas servirem e terem o propósito de refletir os anseios de uma determinada população influencia na “voz” que essa população tem nesse meio? E mais, dentro de uma análise de comunicação, dá pra considerar esse arranjo como uma forma de comunicação bilateral? Ou a comunicação do rádio se mantém unilateral mesmo que seus autores sejam, ao mesmo tempo (em teoria), o seu público –alvo?

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Debate - Rádios Comunitárias

É Fê, você se enganou, nós já temos algo decente para postar.

Dia 18 de abril, sexta-feira, à partir das 19 horas vai acontecer um debate sobre rádios comunitárias coordenado pela minha chefinha, Ana Luisa Zaniboni Gomes, na Oficina da Palavra Casa Mário de Andrade - BArra Funda, na R. Lopes Chaves, 546.
No site tem mais detalhes:
http://www.assaoc.org.br/programacao/capital/palavra-mario-de-andrade.php

Já é o segundo debate om este tema que ela desenvolve, e o primeiro foi bem interessante. De qualquer jeito, já uma forma de entrarmos em contato com o mundo das rádios comunitárias.

terça-feira, 1 de abril de 2008

E assim começa!

Aeee!
Primeiro post do nosso grupo!
A idéia é que depois desse post, só sejam postados coisas úteis! Hehe
Vamos ter uma foto dos componentes do grupo?
O Bernardo sugeriu que estivéssemos segurando um rádio! UUUUU!
Abraços!